Viciados em jogos online são capazes de deixar de comer e dormir para não sair da frente da tela. Agora, um grande estudo feito em parceria por norte-americanos e coreanos sugere alterações características no cérebro de pessoas que jogam várias horas por dia.

Os estudiosos submeteram 106 jovens coreanos adictos em videogames a exames de ressonância magnética. O objetivo era analisar a atividade de 25 áreas do cérebro, com o intuito de estabelecer quais apresentavam maior conectividade entre si.

Uma das características identificadas foi uma conexão muito maior entre diversas regiões do cérebro associadas à visão e à audição e a chamada rede de saliência. Formada pelo córtex cingulado anterior dorsal e pela ínsula, a rede de saliência permite ao indivíduo identificar objetos que se mostrem particularmente relevantes num dado momento (daí o termo “saliência”, significando “o que sobressai”). Essa conectividade permitiria aos jovens uma capacidade maior para identificar um rosto particular numa multidão, ou ouvir certa palavra em meio à algazarra.

Foi observada também uma coordenação maior entre o córtex pré-frontal dorsolateral e a junção temporoparietal. Essa característica costuma ser detectada em pessoas com esquizofrenia, síndrome de Down e autismo. Está associada a uma tendência à distração e a uma capacidade menor para controlar impulsos.

Os pesquisadores dizem que ainda não está claro se as características observadas foram moldadas no cérebro dos jovens pelo uso dos games ou se pessoas que já as possuem são atraídas para o universo dos jogos online. 

Fonte: http://revistaneuroeducacao.com.br/o-que-ha-de-diferente-no-cerebro-de-viciados-em-videogames/